Olá, eu sou a Laiz Pereira, psicóloga com especialização em neuropsicologia. Sou parte do time do Instituto MHS e vim contar um pouco da minha experiência, como poderia auxilia-los com avaliação neuropsicológica infantil e tirar algumas dúvidas.
O que é a neuropsicologia?
A neuropsicologia é uma ciência baseada em um processo técnico e cientifico que visa compreender o indivíduo através da avaliação das funções cognitivas, comportamentos e emoções. Em uma análise de fatores quantitativos, com testes padronizados e fidedignos. Assim como, aspectos qualitativos em observações clinicas acerca da anamnese, hábitos, comportamentos e estilo de vida.
Então como saber quando fazer uma avaliação neuropsicológica infantil?
Durante o desenvolvimento de uma criança ou um adolescente, há momentos que nos questionamos sobre diferenças nas habilidades deveriam ser adquiridas cronologicamente, alterações em sentimentos/ emoções ou de traços personalidade que podem chamar a atenção e precisam ser observados mais atentamente.
“Será que era para acontecer desta forma? Esta criança/adolescente esta atrasada ou dentro do esperado? O que eu devo fazer com este comportamento me preocupa na pessoa que eu tanto estimo? Estou fazendo tudo o que eu posso por ele? Será que ele tem altas habilidades?”
Médicos, responsáveis, escolas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e etc., podem sinalizar e identificar a necessidade de iniciar uma avaliação neuropsicológica que permite compreender a criança ou adolescente e suas queixas cognitivas decorrentes de diferentes causas (habilidades/dificuldades de desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, síndromes, doenças neurológicas, transtornos psiquiátricos, entre outros).
Quais são as etapas desta avaliação?
No primeiro momento é feita a anamnese, ou seja, através de uma entrevista é compreendido desde o nascimento até o presente momento, as condições de vida, dinâmica familiar e história do avaliado. Assim como coletado inventários, escalas e questionários preenchidos pelos responsáveis mais próximos ao avaliado.
Em segundo momento, há o inicio de vinculo que é feito entre avaliador e avaliado. Feito por meio lúdico e conversas, para que seja um processo acolhedor, divertido, saudável e humanizado. E consequentemente, todos os dados representem de forma confiável a pessoa avaliada.
A bateria de testes escolhidos é feita de acordo com idade cronológica, queixas/demandas levantadas, sempre levando em consideração a importância de usar testes “padrão ouro” ( testes padronizados e validados pelo conselho federal de psicologia – SATEPSI).
As habilidades ponderadas geralmente englobam: inteligência, atenção, memória, funções executivas, praxia/ gnosia (Capacidade de reconhecer e interpretar informações sensoriais e de realizar movimentos motores), linguagem/aprendizagem, funcionamento social e emocional (afetividade e personalidade).
E para somar aos dados quantitativos, obtém-se as observações complementares, por meio de: materiais escolares produzidos pelo avaliado, conversas com profissionais que o acompanham o caso, exames adicionais (Bera, exame do processamento auditivo – PAC, Genética, dentre outros) e possíveis visitas escolares. Podendo variar as etapas complementares e número de encontros de acordo com o caso, visto que todo indivíduo é único.
Por fim, é elaborado um laudo, segundo a Resoluções 06/2019, 01/2009 e 31/2022, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que vai ser entregue e explicado ao pais.
Mas quais os ganhos com tantas observações e dados?
(Vale a pena o investimento?)
O laudo oferece aos casos complexos, fundamentos para auxiliar fechar uma hipótese diagnóstica, como: Transtornos do neuro-desenvolvimento (TDAH, TEA, TOD); Deficiências intelectual; Altas habilidades; sinais de transtornos de personalidade ou comodidade de diagnósticos já existentes. Em colaboração com médicos, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogos, poderá fechar quadros de transtornos específicos de linguagem, dispraxias e etc.
Em casos de adoção e contingências familiares diferenciadas, onde não há um histórico detalhado para compreender os marcos das habilidades e ter um dados mais detalhado do desenvolvimento, para auxiliar nas potencialidade e fragilidades. Em casos de síndrome, epilepsia, questões neurológicas e os transtornos já supracitados, ter dados de cognição para traçar planos terapêuticos e usar dos pontos fortes do indivíduo para acessar e ampliar as habilidades com defasagem, por exemplo.
Ou seja, ver aspectos do processo do desenvolvimento ou terapêutico que estagnou e ter novas perspectivas para estimulações, auxiliando terapeutas, a como traçar novos modelos de tratamento ou realizar a reabilitação cognitiva, sugerir possíveis encaminhamento e orientações familiares. No contexto escolar, favorecer as adaptações de materiais e estratégias de aprendizagem para que o individuo se desenvolva em sua totalidade.
Algo que a equipe do Instituto MHS valoriza, um trabalho interdisciplinar de qualidade, dedicação, ético e com o compromisso para melhorar o bem-estar e qualidade de vida de quem passa por este espaço, com grande excelência.
Devido ao individuo ter uma natureza dinâmica e mutável e as contingências vivenciadas posteriormente a avaliação inicial, pode ser recomendado uma reavaliação neuropsicológica para quadros não conclusivos ou acompanhamento de prognósticos.
Em suma, a avaliação neuropsicologia é UM DIFERENCIAL para entender melhor seu filho ou seus pacientes!