Comportamento Autolesivo (Skin Cutting): Um Sinal de Alerta

Autor

Dr. Alexandre Quelho

Psiquiatra | CRM 157970

O comportamento autolesivo, muitas vezes referido como skin cutting (cortes na pele), é uma prática em que o indivíduo provoca intencionalmente ferimentos no próprio corpo, sem a intenção imediata de suicídio. Esse comportamento, embora não seja suicida por definição, é um importante fator de risco para o desenvolvimento de pensamentos suicidas e tentativas de suicídio, especialmente na adolescência. Pais, cuidadores e profissionais de saúde devem estar atentos a esses sinais, pois a automutilação é frequentemente um pedido de ajuda silencioso.

No Instituto MHS, nossos especialistas em psiquiatria infantil e adolescente, como o Dr. Alexandre Quelho Comandule, estão preparados para oferecer um tratamento eficaz e personalizado para adolescentes que apresentam comportamento autolesivo, ajudando-os a lidar com as emoções de maneira saudável e a reduzir o risco de consequências mais graves, como tentativas de suicídio【1】.

O que é o Comportamento Autolesivo (Skin Cutting)?

O comportamento autolesivo se refere a qualquer ato em que o indivíduo deliberadamente fere a si mesmo, comumente através de cortes na pele, mas também podendo incluir queimaduras, arranhões ou golpes. Esse comportamento, conhecido como skin cutting, é uma forma de lidar com emoções difíceis, controlar a ansiedade ou aliviar a dor emocional【2】. Muitas vezes, a autolesão não tem a intenção de resultar em morte, mas é uma maneira de o adolescente expressar sofrimento emocional intenso que ele ou ela não consegue verbalizar ou processar de outra forma【3】.

Apesar de o skin cutting não ser um comportamento suicida imediato, ele está fortemente associado a um risco elevado de suicídio a longo prazo. Estudos mostram que adolescentes que se engajam em comportamentos autolesivos estão em maior risco de desenvolver comportamentos suicidas no futuro【4】.

Por Que Adolescentes Se Automutilam?

O comportamento autolesivo pode surgir por diversas razões, muitas delas ligadas a dificuldades emocionais. Entre os motivos mais comuns para o skin cutting estão:

Alívio emocional: Muitos adolescentes descrevem a automutilação como uma forma de aliviar sentimentos de tensão, tristeza, raiva ou ansiedade【5】.

Sentimento de controle: Alguns adolescentes se automutilam como uma forma de retomar o controle sobre suas emoções ou situações estressantes que parecem incontroláveis【6】.

Expressão de dor interna: Quando um adolescente não consegue verbalizar ou expressar suas emoções de maneira saudável, o comportamento autolesivo pode ser visto como uma forma de “externar” a dor emocional【7】.

Auto-punição: Em alguns casos, o adolescente pode se automutilar como uma forma de punir a si mesmo por sentimentos de culpa ou fracasso【7】.

No Instituto MHS, nossa equipe realiza uma avaliação cuidadosa para entender os motivos subjacentes ao comportamento autolesivo e oferecer o tratamento mais adequado para cada caso【1】.

Comportamento Autolesivo e Risco de Suicídio

Embora a automutilação, como o skin cutting, não tenha inicialmente a intenção de suicídio, é um importante fator de risco para o desenvolvimento de pensamentos e comportamentos suicidas. Adolescentes que se automutilam podem estar em sofrimento emocional profundo, e o risco de que esse comportamento evolua para tentativas de suicídio é elevado.

Escalada para comportamentos suicidas: Adolescentes que praticam autolesão estão em maior risco de verem a automutilação como uma solução insuficiente para lidar com sua dor emocional, levando a pensamentos suicidas ou tentativas de suicídio【5】.

Desespero emocional: A automutilação pode ser um reflexo de sentimentos de desesperança ou desespero, que são indicadores fortes de comportamento suicida【4】.

Comorbidade com transtornos mentais: A automutilação é frequentemente associada a transtornos mentais, como depressão, transtorno de personalidade borderline e transtornos de ansiedade, todos eles também fatores de risco para o suicídio【6】.

Estudos sugerem que adolescentes que se automutilam têm até 10 vezes mais probabilidade de tentar o suicídio em comparação com aqueles que não exibem esse comportamento【8】. Por isso, é fundamental que pais e cuidadores levem o skin cutting a sério e busquem ajuda profissional o mais rápido possível.

Sinais de Alerta para o Comportamento Autolesivo

Os sinais de comportamento autolesivo podem ser sutis, já que muitos adolescentes tentam esconder suas feridas ou cicatrizes. No entanto, existem alguns sinais aos quais os pais e cuidadores devem estar atentos:

Uso de roupas que cobrem o corpo: Mesmo em dias quentes, o adolescente pode usar mangas longas ou calças para esconder cortes ou cicatrizes【5】.

Ferimentos frequentes sem explicação: Se o adolescente apresentar frequentemente cortes, arranhões ou queimaduras sem uma explicação clara, é importante investigar【5】.

Comportamento retraído ou isolado: O isolamento social e a retirada de atividades que antes eram prazerosas podem ser sinais de que o adolescente está lidando com sofrimento emocional intenso【4】.

Se qualquer um desses sinais estiver presente, é essencial que os pais conversem com o adolescente e busquem ajuda profissional o mais rápido possível【1】.

Tratamento para Comportamento Autolesivo no Instituto MHS

No Instituto MHS, oferecemos um tratamento abrangente e multidisciplinar para adolescentes que se envolvem em comportamento autolesivo. O tratamento é focado em ajudar o adolescente a desenvolver habilidades para lidar com emoções difíceis e a encontrar maneiras mais saudáveis de expressar seu sofrimento.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC é uma abordagem terapêutica eficaz para ajudar adolescentes a identificar e mudar os padrões de pensamento que levam à automutilação. Através da TCC, o adolescente aprende estratégias para lidar com o estresse e as emoções intensas sem recorrer à autolesão【9】.

Terapia Dialética Comportamental (TDC): A TDC é especialmente eficaz para adolescentes que lutam com a regulação emocional. Essa abordagem combina técnicas de mindfulness, aceitação e habilidades de controle emocional, ajudando a reduzir o comportamento autolesivo【10】.

Psicoeducação para a Família: Envolver a família no tratamento é fundamental para criar um ambiente de apoio e compreensão. No Instituto MHS, oferecemos psicoeducação para pais e cuidadores, ensinando-os como responder adequadamente ao comportamento autolesivo e oferecer suporte emocional【1】.

Tratamento Medicamentoso: Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser necessário para tratar condições subjacentes, como depressão ou ansiedade, que podem estar contribuindo para o comportamento autolesivo【9】.

Importância da Intervenção Precoce

A intervenção precoce é crucial para evitar que o comportamento autolesivo evolua para comportamentos suicidas. O tratamento adequado pode ajudar o adolescente a encontrar alternativas saudáveis para lidar com o sofrimento emocional e reduzir o risco de consequências graves. No Instituto MHS, nossa equipe está comprometida em oferecer um tratamento personalizado e eficaz, ajudando o adolescente a superar essa fase difícil e recuperar sua saúde emocional【1】.

Quando Procurar Ajuda?

Se um adolescente em sua vida está exibindo sinais de comportamento autolesivo ou se você suspeita que ele ou ela está em risco de suicídio, não hesite em buscar ajuda. No Instituto MHS, oferecemos tratamento especializado para adolescentes que se automutilam, com foco em abordar o sofrimento emocional subjacente e prevenir o comportamento suicida【1】.

Referências

Instituto MHS. Avaliação e Tratamento de Comportamentos Autolesivos em Adolescentes. Disponível em: https://mhs.med.br.

Johns Hopkins Medicine. Understanding Self-Injury in Adolescents: What Parents Need to Know.

American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th Edition (DSM-5).

National Institute of Mental Health. Self-Harm and Suicide Risk in Adolescents.

Mayo Clinic. Self-Injury in Teens: Recognizing the Signs and Symptoms.

Cleveland Clinic. Adolescent Self-Harm and Associated Mental Health Conditions.

Harvard Medical School. Emotional Regulation and Self-Harm in Adolescents.

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Estudo sobre Comportamento Autolesivo e Risco Suicida em Adolescentes.

Stahl, S. “Essential Psychopharmacology: Neuroscientific Basis and Practical Applications”, 5th Edition.

American Psychological Association. Dialectical Behavior Therapy for Self-Harm in Adolescents.

 

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